“Eu moro em mim mesmo, não tem problema que o quarto é pequeno, assim perco
menos as minhas coisas”
Mário Quintana

O Maha Lilah é um jogo de autoconhecimento criado pelos santos e sábios da tradição
hindu. Graças a Harish Johari que buscou e trouxe de volta esse conhecimento perdido no
tempo, temos acesso a essa sabedoria hindu tão antiga; que através do jogo, um guia do
caminho do yoga, nos conduz à nossa verdadeira natureza.

O jogo foi criado para levar o ser humano da identificação com o corpo físico ao encontro
com a Alma que somos.
Esse caminho de desidentificação com o corpo envolve passos de desapego das
máscaras, da ilusão de Maya, a força que encobre a verdadeira natureza do Universo e do
ser humano.

Jogar o Maha Lilah é um movimento de expansão da consciência.
Se uma pessoa ainda está empenhada nas batalhas comuns da vida, vive movida pela
força cega dos desejos, hábitos, limitações do corpo, mente inquieta , cheia de dúvidas; ela
ainda está mergulhada nos véus de Maya.
Sua consciência é dominada por temores relativos à morte, pobreza, à doença e inúmeros
outros males.
O apego a faz acreditar no papel que desempenha no jogo da vida, está presa à família, à
posição social, profissão, às posses. Hipnotizada pelas ilusões do mundo, que reforçam sua
percepção limitada que a faz acreditar que é uma criatura finita vivendo nesse mundo físico.
A identificação da consciência com as mudanças e a dualidade do Universo material nos
prende na inquietude da mente. Nos rouba a tranquilidade, que se revela na imutabilidade
da Alma.

Perceber essa guerra que acontece todo o tempo no nosso interior: inquietude da mente
versus tranquilidade da Alma, é o primeiro passo da mudança; o primeiro movimento na
direção da Verdade.
É também a descoberta do propósito dessa vida na Terra: sair da identificação com o
mundo das aparências, sujeito às limitações do corpo e à ilusão da dualidade: vida e morte,
alegria e tristeza, saúde e doença; e encontrar a percepção interna do Ser livre de
limitações que somos.
Esse é também o propósito do jogo Maha Lilah: a descoberta da nossa essência espiritual
dentro desse veículo corporal.
Essa descoberta nos dá direção, e torna a busca do autoconhecimento o principal em
nossas vidas!
Se você se percebe enganado é possível e sábio que queira esclarecer a mentira, se esse
impulso está presente nas pequenas coisas da vida, por exemplo, conferir o troco ao pagar
algo; por que não usá-lo no que REALMENTE importa?
Do contrário, restringe sua vida a um impulso limitado e negativo de negação, em lugar da
expansão natural em direção à total abrangência.

Se escolhermos sair do engano, o desejo de autoconhecimento se transforma no caminho
que caminhamos, qualquer situação, ou experiência e relacionamento é um material que se
converte em espelho, um lugar de se ver.
Autoconhecimento é a capacidade inata que nos permite perceber de forma gradativa, o
que precisamos transformar. Ao mesmo tempo amplia a consciência sobre nossos
potenciais, a fim de que nos tornemos aquilo que somos em essência e verdadeiramente.
O Maha Lilah nos mostra o caminho e o destino, um mapa claro , rico em detalhes e rotas
infinitas…que nos levam infalivelmente ao lugar certo.
Um mapa que nos leva em segurança de volta para casa.

“Então a busca se revela apenas lembrança, recordação e dança. Reconhecemos que
não há diferença entre o caminho que se caminha, a paisagem que se aprecia e
aquele que caminha.
A casa que buscávamos era o aconchego vasto do nosso próprio coração “

Tales Nunes

O jogo Maha Lilah

Lilah é o jogo da vida, que cria o mundo de nomes e formas: o mundo manifesto.
A vida material nos faz acreditar que ela é a única realidade.
A possibilidade de ver, sentir, cheirar e tocar as densas formas materiais, imprime na
nossa mente a idéia de que o visível e palpável é Real.
Nosso corpo que precisa de comida, sono, abrigo diariamente e que sem isso pode morrer,
nos coloca numa identidade limitada, cheia de condições e necessidades para sobreviver.
Nascer em um corpo físico é a primeira experiência de contração e limitação, nesse grande
Lilah.

O jogo Maha Lilah é composto por um tabuleiro de 72 casas, distribuídas em 8 linhas de 9
casas cada uma.
As 7 primeiras linhas representam os 7 chakras, centros de energia, situados no nosso
corpo físico.
Podemos imaginá-los como uma escada de subida e descida de energia, onde a primeira
linha do jogo, o primeiro chakra, é a base da nossa existência , o primeiro degrau.
A experiência de “sermos” um corpo é palpável, e portanto aceita com mais facilidade.
Em contrapartida a experiência de sermos Alma, a energia inteligente que sustenta esse
corpo, é algo invisível, que precisamos descobrir e conhecer, por outro caminho.
Essa descoberta é um processo que acontece ao longo desse jogo da vida.
Subir e descer a escada dos chakras, passar por qualidades da nossa consciência, por
degraus mais densos e mais sutis não é algo que dependa apenas da compreensão
intelectual. É preciso integrar essa compreensão em todas as atividades da vida.
O Maha Lilah como um jogo que traz em si o conhecimento profundo do Yoga, nos mostra
um caminho de integração física e mental, espiritual e prática, interior e exterior.
Ao subirmos e descermos pela escada dos chakras nas linhas do tabuleiro, descobrimos
que a espiritualidade pode e deve fazer parte da nossa vida diária.
O tabuleiro em sua coluna central representa a nossa coluna vertebral , onde se situam os
chakras, podemos visualizá-los como esferas de energia que se irradiam dos gânglios
nervosos centrais da nossa coluna.

Psicologicamente, os 7 chakras principais correspondem a áreas fundamentais de nossas
vidas
( de baixo para cima): sobrevivência, sexo, poder, amor, comunicação, imaginação e
espiritualidade.
Cada chakra vibra a energia psíquica específica e é responsável pela forma como
respondemos e conduzimos essas questões nos diversos aspectos de nossa vida.
Essa interação pode bloquear, transformar e expandir nossa consciência.
Faremos um estudo das casas centrais do tabuleiro para olhar esse inter-relacionamento
entre os vários aspectos multidimensionais que compõem o nosso microcosmo. Somos tão
complexos quanto o mundo que nos rodeia.
Os mistérios da Terra, do Céu , da matéria e do espírito fazem parte de nós.
Conhecer e estudar os chakras é adentrar nesse Universo Infinito, de onde viemos e para
onde retornaremos.