Beth Marcondes e Elma Martins
Se perguntássemos a todas as pessoas do mundo o que mais querem, a resposta seria: ser feliz.
Qual o caminho? Afinal, como encontrar a felicidade?
A seguinte história ilustra porque é tão difícil encontrar essa felicidade.
“Um bêbado estava embaixo de um poste muito iluminado, procurando a chave de sua casa. Abaixava, levantava, olhava para trás, para frente. Isso chamou a atenção de um policial que passava por ali.
O policial perguntou: o que você está procurando?
O bêbado respondeu: a chave da minha casa.
O policial olhou e não viu nada; então perguntou: você perdeu a chave aqui?
O bêbado falou cambaleando: não, eu perdi naquele beco escuro ali…mas aqui é mais fácil de achar, porque tem luz.”
É isso que nós fazemos muitas vezes; procuramos a chave da felicidade no lugar errado. Pode parecer mais fácil, mas na verdade não é onde a chave está.
Buscamos em coisas externas aquilo que está dentro de nós.
Os rishis da Índia, na antiguidade, já nos contavam que o caminho é olhar para dentro; se conhecer, descobrir quem somos verdadeiramente, além desse mundo de aparências.
Ao agirmos como bêbados, procurando fora de nós, no visível e material, acabamos frustrados.
O desejo é a força que nos move na vida; quando realizado, nos dá prazer, nos sentimos “felizes”.
O prazer cria o desejo de ter mais prazer, entramos numa busca obstinada por prazer. Nesse caminho muitas vezes nos frustramos e ficamos “infelizes”, outras vezes realizamos um desejo e nos sentimos “felizes”.
Isso nos leva a um círculo vicioso de “prazer/feliz”, “frustração/infeliz”, e quanto mais tentamos, a felicidade verdadeira fica mais distante.
Esse é um grande engano e obscurece a visão da maior parte das pessoas; acreditar que quanto mais desejos realizarmos, mais felizes seremos.
Epíteto, um filósofo grego, dedicou sua vida à busca da resposta: Como viver uma vida plena, uma vida feliz?
Nessa busca ele descobriu que um dos segredos da felicidade humana é perceber o que depende ou não de nós. Por exemplo: se vamos para a praia pegar um sol e chove, a chuva não depende de nós; mas como vamos reagir a esta situação depende de nós. A felicidade só pode ser encontrada no que depende de nós.
Essa descoberta nos conta que ser feliz é uma condição interna, pois só podemos controlar a resposta a um desejo realizado, ou frustrado; mas não podemos determinar que as coisas aconteçam da maneira que queremos.
Portanto, a felicidade não decorre da busca dos desejos; esse movimento de procurar externamente o que está dentro de nós, nos afasta da nossa realidade interior.
Não há problema em buscarmos a satisfação dos desejos, a questão é a expectativa que colocamos nessa realização, como sendo algo que pode nos tornar melhores e completos. Essa é uma grande ilusão. Procuramos incansavelmente, e nada nos dá a felicidade imaginada.
É muito comum chegarmos aos 40 anos e constatar que mesmo tendo realizado muitos desejos, conseguido um diploma, um trabalho que nos coloca no mundo, nos dá o dinheiro necessário para comprar uma casa, viajar pelo mundo, constituir uma família, ter filhos… ainda assim não somos felizes!
E quando a desilusão chega, encontramos a chave que nos mostra o desejo fundamental, por trás de todos os desejos: nos conhecermos, encontrar nossa verdadeira natureza.
Essa chave nos leva de volta para casa.
O Yoga é o caminho que se trilha e a porta que abre nosso retorno para casa.
“ Durante séculos, a Bhagavad Gita foi considerada uma das expressões máximas da sabedoria universal do Espírito, que é a herança unificadora de toda a humanidade. É a escritura de yoga, ciência da comunhão divina, mais querida da Índia e uma prescrição intemporal para a felicidade e o êxito equilibrado na vida cotidiana.”
“A yoga do Bhagavad Gita”
Paramahansa Yogananda
Toda a sabedoria para encontrar a chave perdida está na Gita. Através do estudo do Maha Lilah e do Yoga podemos acessar esse conhecimento.