O Sétimo selo, filme de 1957, de Ingmar Bergman é uma preciosidade!
O Bhagavad Gita nos conta que essa vida é um filme e que precisamos ter cuidado pra não acreditarmos completamente no personagem que encenamos, no momento.
Essa obra-prima de Bergman, acontece na Idade Média, após a guerra das Cruzadas e na vigência da peste negra, matando muitas pessoas.
Bem atual, não parece?
Nesse contexto ,o protagonista Antonius Block, encontra-se com a Morte personificada e a convida para uma partida de xadrez, propondo que se ele vencesse, a Morte não o levaria.
A Morte, impassível e parecendo já saber o resultado do jogo, aceita o desafio.
O jogo de xadrez vai acontecendo um pouco a cada dia, em lugares diferentes, já que nesse momento Antonius Block está em busca da verdade a respeito da vida, perplexo e se perguntando se Deus existe e ainda, se há alguém que já tenha falado com Ele.
Nessa jornada, junto de seu escudeiro Jons, vai conhecendo outros personagens que por um motivo ou outro acabam acompanhado-o no caminho.
Cada um trazendo facetas e aspectos da experiência humana.
A Morte os acompanha de longe todo o tempo.
E continua até o xeque mate, em que a Morte vence o jogo .
Toda história se expressa em imagens em branco e preto,belíssimas!
Uma beleza que nos leva às profundezas da alma.
Forte e impactante como a vida e a morte é.
É… porque morte e vida são uma coisa só.
Há muito que se dizer…gostaria de ressaltar dois aspectos que fazem muito sentido pra mim:
Essa vida é um jogo, nosso adversário principal é o tempo.
É preciso aproveitar o tempo, criando boas jogadas.
Jogadas que nos conectem a cada dia, à força que existe no Todo, que nos revela o maior propósito de estarmos na Terra.
É mais fácil jogarmos xadrez, quando conhecemos a relação das peças e o poder de sua atuação conjunta, a fim de protegerem o Rei.
O Rei pode representar aquilo que temos de mais precioso e que não pode morrer.
Por fim, o filme nos conta que a saída do jogo é orquestrada pela Morte.
Não podemos fugir disso.
Mas nos prendermos a isso e assumirmos uma posição defensiva na vida, pode ser uma forma de não viver…uma morte em vida.
É preciso entrega e coragem nesse grande jogo que é a vida.
O filme através de um personagem que Antonius conheceu , no caminho, nos conta que é preciso ter olhos de ver, enxergar o que está além do visível e que realmente , sustenta nossa passagem por aqui.
Filme imperdível, super recomendo!