Amor é um filme que toca nossa alma, quando nos coloca diante do encontro do Amor e da Morte.
Muito cedo, no jogo da vida, nos esquecemos da Morte e saímos em busca do Amor.
Esquecemos das palavras do poeta:
“a gente mal nasce e começa a morrer…a vida é uma grande ilusão”
Será que o Lilah, essa grande brincadeira que é a vida, pode ser experimentada de um lado só?
Deixar a morte de lado, escondida e negada, não torna essa força inerente e intrínseca à vida mais forte?
É pra essa experiência e reflexões que Heneke nos leva…ele nos convida para lugares inusitados, às vezes desconfortáveis, mas que se não os visitarmos e conhecermos mais de perto; talvez não cheguemos a ser de fato humanos.
Difícil ficar na poltrona do cinema assistindo a morte chegar, silenciosamente, do dia pra noite, na casa de Georges e Anne.
Um casal que apesar do avanço do tempo, está junto e pulsando no amor pela vida, pela arte, cinema ,passeios , e tantos momentos compartilhados.
A chegada da morte, através do Alzheimer, vai levando embora a presença e consciência de Anne…
O filme nos mostra a dor, a solidão e o desespero de Georges diante da amada.
Ao lado disso uma aliança de amor entre eles, até o fim.
Não é um filme leve, mas imperdível por esse mergulho na nossa vulnerável e passageira vida humana.
E afinal, o que é o amor verdadeiro? Quanto de sacrifício ele envolve, coragem, de compromisso…e entrega.
E o que é o amor humano, senão o encontro da ternura e do tormento?
Saímos do cinema com a certeza de que algo morre e algo é infinito no Amor. Um infinito que se revela ao transcendermos o Amor Humano.
*Filme escolhido para o quarto chakra por @BethMarcondes e @EliasKhadira