Estaremos a partir dessa semana, na última sexta-feira do mês, juntamente com o nosso amigo @eliaskhadira, iniciando um projeto em que faremos sugestões de filmes a respeito da vida e seu lilah (brincadeira cósmica).
Escolhemos o filme Origem para a estréia dessa brincadeira : “maha lilah e cinema”.
Através desse filme passeamos pelo lokas do nascimento e maya, pela energia da chegada à Terra.
A primeira idéia é de que essa vida é um sonho, e nosso envolvimento em maya , (a força da ilusão), transforma esse sonho em realidade.
Maya “contamina” nossa mente com uma idéia resistente, altamente contagiosa; de que somos esse corpo físico, separados de todos e da natureza.
Nesse sonho da vida, somos arquitetos, criamos e percebemos o mundo ao mesmo tempo. Nossa mente faz esse trabalho tão bem que nem notamos que está acontecendo.
E como nos sonhos, parece tão real!
Só percebemos que é sonho , quando acordamos.
Por isso precisamos ter um “amuleto”, prestar atenção nos detalhes das “cenas”, ir construindo um “mapa” para sairmos desse labirinto e finalmente percebermos com clareza o que é sonho, o que é realidade.
Nolan nos leva nessa viagem fantástica!
Beth Marcondes
Sutras budistas relatam que após alcançar a iluminação, a primeira frase que Buda pronunciou foi “apanhei-te arquiteto não vais arquitetar mais.”
Dentro do universo que somos levados por Christopher Nolan, temos algumas regras; entre elas que para checar que não estamos em um sonho é lembrar o início, meio e fim. Existe um antigo exercício espiritual tolteca que consiste de acostumar se a se perguntar várias vezes por dia as seguintes perguntas: “Onde estou?” “O que estou fazendo?” “Que horas são?” Possibilitando assim que em algum momento você tome consciência que está em um sonho.
As lokas 01 e 02 respectivamente renascimento e maya, são representadas astrologicamente pelo sol e a lua; o que ao meu ver abarca muito bem o conteúdo do filme Origem. O convite aceito ao seres humanos para sermos co criadores implica em conseguir discernir realidade e ilusão. Dentro da mitologia e religião védica a deidade Shiva tem um importante significado; quando vemos sua imagem com atenção observamos que em sua vasta cabeleira encontra se como adorno uma lua crescente, que representa de forma sutil e elegante que maya para ele tem seu lugar, e participa na concepção do todo. As é um adereço para quem acordou.
Outro elemento de grande significado na trama é o totem, objeto que é de suma importância para os aventureiros saberem que estão acordados ou sonhando; que tem para mim uma associação com os objetos de poder tão caros as linhas xamânicas. A fixação do herói desta jornada Dom Cobb em sua esposa falecida Mal leva tanto ele quanto as pessoas que estão ao seu lado a situações perigosas e a beira do não retorno; aliás a utilização por ele de um totem que pertencia a sua falecida esposa, já mostra o grau de co dependência entre eles. As intervenções assertivas da arquiteta Ariadne procura como sua homônima grega estender o fio por este labirinto de vários níveis a espera que as relutantes mãos de nosso herói Dom Cobb as pegue.
Elias Khadira
Elias Khadira atua com terapias há mais de vinte e cinco anos, considera que a essência do seu seu trabalho é a meditação. A pesquisa de métodos de cura e harmonização com a natureza é o que guia suas interações nestes anos, seja com indígenas brasileiros, xamas africanos ou yogues na Índia. O interesse por mitos o levou a pesquisa de jogos de autoconhecimento como o tarot e o Maha Lilah, este último, um jogo milenar vedico que estuda, divulga, ensina e atende desde 1982; cria a situação perfeita para compartilhar experiências de consciência. Também atende com Integração Craniossacral, Barra de Acess, Orientação do processo meditativo. Desde 2002 participa da equipe terapêutica do Ponto de Luz – Centro de Realização do Ser.